Sexo

Que me perdoem os que lêem estas coisas, pois que eu tenho de escrever sexo mais umas dez vezes. É por causa das audiências.

Na realidade não estou a fazer nada de novo. As televisões já o fazem à muito tempo.

O exemplo é claro. As pessoas que gostam de falar de sexo e fazer perguntas obscenas têm os programas de maior audiência, caso do nosso Herman, a apresentadora do BigBrother, com o maior queixo do mundo, e o saltitão alegre do BigShow Sic.

Temos de lutar pelas audiências. Quero que saibam que aquilo que mais interessou aos que visitam este sitio foi o sexo e a cegonha.

Para mim é tudo a mesma coisa. Mentiras que se contam antes e depois. Antes, porque se não dissermos que o temos longo, nem o cheiro de sexo.

Depois, porque feita a asneira temos de explicar aos que gerámos donde foi que eles apareceram, acabando sempre por lhes contar a história da cegonha.

Isto não quer dizer que eu seja da opinião que somos todos filhos do mesmo erro, mas na realidade muitas mães há para aí que na primeira discussão que têm com os filhos não se guardam de dizer “”Eu devia era ter feito um aborto!””.

Isto não quer dizer que elas não tenham razão, porque muitas há que o deviam ter feito, só assim poupavam-nos das desgraças que os filhos delas para aí andam a semear.

A realidade é que ninguém podia adivinhar o que dali viria e isso só Deus sabia.

Dizem os religiosos que esse tal de Deus, de quem toda a gente fala mas que nunca ninguém viu, escreve direito por linhas tortas, mas a realidade é que ele bem podia escrever sempre a direito que dava na mesma.

Haveria de aparecer sempre um engraçadinho que iria mentir ou omitir em proveito próprio, ou mesmo divulgar a verdade apenas quando isso fosse do seu interesse. Mas não pensem que os malfeitores existem sem uma razão.

O que seria dos benfeitores sem os malfeitores? Não sei bem.

Uma vez que não existissem malfeitores, apenas de nós próprios nos poderiam salvar. E esses existem na mesma. Os que pretendem salvar-nos de nós próprios. Insistem que é para o nosso bem, mas puderão sempre estar a encarapuçar outras virtudes.

E sabe se lá quais. Até porque mesmo os benfeitores podem estar, e sem eles o saberem, a arranjar lenha para nos queimar.

Mais sexo

O sexo parece ser uma parte muito importante na vida dos meus concidadões.

O resultado da vossa votação para a questão, embora a pergunta tivesse um sabor a referendo à portuguesa, foi que muitas pessoas votaram a favor de histórias com mais sexo.

Houve quem votasse muitas vezes.

Principalmente entre os homens.

As piadas de sexo são o pão nosso de cada dia.

Fazem-se piadas de sexo com tudo. Se o carro é pequeno diz-se que “”Se o esfregares tranforma-se num mercedes.””

Fazem-se piadas de como é pequenino o sexo do chinês e chora-se por ter um tão grande como o do africano, mas ninguém realmente tem razão de queixa.

Pelo menos têm o sexo português.

É um sexo patriota e quando chega a altura grita-se pela “”Mariiiiiiaaaa!”” e chama-se pelo “”Maneeeeellleeee!””

O sexo não é realmente tudo, pois se não tivermos dinheiro poucas mulheres tocam num homem.

Dizem os sociólogos que as mulheres procuram o homem que pode dar o sustento para a sua prole e por isso escolham tendencialmente para seu consorte o homem abastado económicamente em deterimento do homem abastado em outras àreas.

Elas negam a teoria. Mas então se elas perferem os com a conta bancária extensa e não os que podem cantar agarrados ao membro, por que raio desde os meus tempos de escola primária, fazem os meus colegas questão de afirmar e publicitar que o deles dá a volta à cintura e ainda chega para saltar à corda… a dois!?

Parece-me a mim que eles sabiam de algum segredo que eu não sei, até porque as mulheres fazem questão de afirmar que importante é “”que ele seja trabalhador””, e esforçado, perdicado para que os portugueses parecem pouco qualificados, uma vez que de trabalho nem ver-lhe a cor. Então isto deixa-nos em quê?

Qual é realmente a coisa mais importante? O sexo? O dinheiro? “”O amor!””, contestam os poetas. Ah… O amor. Vamos lá a ver. O que é afinal o amor? O nosso amigo Luis diz que é o fogo que arde sem se ver.

Os biólogos descrevem-no como o entumescer dos tecidos carnudos, subida da temperatura e acelerar do coração. Isto parece-me a mim, e desculpem-me o termo, estar com tesão, e nada têm a ver com amor.

Não me parece que se possa confundir o nobre sentimento dos poetas com o entumescimento das partes privadas, uma vez que se assim fosse os pobres diabos passariam a vida a falar de descaradices.

Parece-me a mim que amor é o conjunto de sentimentos inseparáveis que um ser humano sente por outro. O amor é nada mais nada menos que o desejo de beber de alguem para matar a sede sem nunca se fartar.

Ah! Não podemos esquecer algo sem a qual não há amor. O respeito. Pois é. Nenhuma relação de amor é possivel se não se respeitar o objecto da nossa sede. Assim devemos tratar a nossa cara metade com um respeito quase ecológico.

Mantê-la longe de poluições sonoras, geradas por certas discussões, e da poluição quimica, do mau cheiro das nossas peúgas, pois que depois do amor, vem a relação, e essa é quase como se nos tivessem mandatado para gerir o coração da nossa amada.

Se não o fizermos correctamente habilitamo-nos a ter uma moção de censura, entrar em crise governamental e quem sabe… Perder as eleições em favor do carteiro.