Principios de redes sociais para empresas

Wisdom of the crowdsO Web 2.0 foi o chavão jornalístico do ano 2006 que foi criado como uma definição da 2ª geração de comunidades baseadas na World Wide Web e dos serviços que estas tinham à sua disposição.

Para compor o ramalhete juntaram-lhe outro chavão: AJAX. Não é um detergente, mas sim um conjunto de técnicas de programação que permitem o desenvolvimento de aplicações enriquecidas por dados lidos apartir de XML, mas em que a principal imagem de marca é que não tem de se recarregar a página para obter dados novos.

Os sites deixaram de ter uma secção a que chamavam “comunidades” para passarem eles próprios a conterem informação criada, ordenada e moderada pelos seus próprios utilizadores, algo defendido já em 2005 pela organização Demos como forma de governação, proposto por David Siegel em 1999 num dos seus livros e explicado aqui pelo jornalista James Surowiecki.

Enquanto a WWW origina na necessidade dos cientistas do CERN partilharem a sua informação, os ambientes empresariais estão longe de terem neste momento semelhanças com o ambiente académico e de investigação em que a Web se desenvolveu.

Os modelos de aproveitamento de inteligência do grupo passam todos por libertar o poder de moderação e entregá-lo aos utilizadores.

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Sushi e crianças

Tenho nos meus dois filhos os maiores fãs do meu Sushi. Infelizmente o mais novo ainda não distingue o Sushi da massa de moldar e por isso tanto se lhe faz como se lhe deu.

O Sushi como nós o conhecemos é uma evolução da conserva tradicional de peixe que os japoneses faziam e que era produzida com ajuda de camadas de arroz e peixe, mas de onde se comia apenas o peixe fermentado com os sucos gerados pelo arroz.

Quando comemos sushi, para além do poder apelativo da côr em todos aqueles bolinhos de arroz com aspecto de terem saído de forminhas , também temos a mistura de sabores única que o compõem como atractivo.

Naturalmente que para os miúdos o sabor têm de ser muito mais simples, mas o arroz é sempre bem vindo.

O segredo disto tudo é mesmo o arroz. O prato para crianças não passa de um “arroz com ovos e salsichas” requintado. Todos os pais sabem que para vencer o “bife com batatas fritas” só o “arroz com ovos e salsichas”.

Esta receita depende muito de ingredientes que não têm substituto, e uma vez que a intenção é fazerem depois também a versão para adultos do sushi, mais vale darem-se ao trabalho pois o arroz japonês não pode ser substituído por carolino branco. Acreditem que eu já tentei.

A lista de ingredientes é para 4 pessoas (2 adultos e 2 crianças). A ordem de execução, convém ser a que vos listo.

Para a omelete japonesa:

  • 4 ovos
  • 1 caldo Dashi (caldo de peixe japonês)
  • 1 colher de sopa de saké
  • 1/2 colher de café de sal
  • 1 colher de café de açucar

Batem-se os ovos e aquece-se ligeiramente o saké para integrar os ingredientes.

Juntem tudo num jarro para ajudar a espalhar o ovo na frigideira enquanto a enrolam em omolete.

A omolete japonesa é basicamente como a omolete normal, mas com requintes de masoquismo. A mistura deve ser deitada numa frigideira anti-aderente e preferencialmente quadrada, praticamente sem gordura. Eu passo óleo num guardanapo de papel com o qual unto a frigideira.

Vão deitando a mistura na frigideira e enrolando-a sobre ela mesma à medida que vai ficando cozinhada e até fazer um paralelepípedo de ovo com cerca de dois dedos de espessura.

A omelete, depois de cozinhada, aguenta lindamente umas horas e até de um dia para o outro, pelo que podem mesmo prepará-la e guardá-la para depois.

Para cobrir o arroz:

  • 6 colheres de sopa de vinagre de arroz japonês
  • 1 colher de chá de açucar
  • 1 colher de café de sal

A cobertura para o arroz é o que o torna brilhante e dá o sabor final. Aqueçam tudo ligeiramente para facilitar a mistura dos ingredientes e reserve.

Para cozinhar o arroz:

  • 400 gm de arroz japonês de grão curto para sushi
  • 440 gm de água
  • 1 folha de alga kombu

Aquilo que parece ser a parte mais simples é na realidade a mais difícil dominar de todas. A preparação do arroz é em meu entender o primeiro e mais difícil passo de se tornar um mestre de sushi.

Esta dificuldade justifica quase só por si que se atribua aos chefes de cozinha japonesa o grau de Mestres.

Eu pessoalmente levei dois anos a aperfeiçoar a confecção do arroz, mas penso que mais por ineptitude pessoal e pelos longos interregnos sem voltar a tentar, que por dificuldade da técnica.

Quando confessei a um Mestre de Sushi estes dois anos de treino, ele informou-me que o normal é um pupilo demorar um ano antes de poder mexer no arroz.

O arroz deve ser lavado em água fria corrente passando os dedos suavemente entre os grãos para soltarem cada partícula de pó sem se partirem ou gerarem mais pó. O processo implica lavar num recipiente grande o arroz em bastante água e de cada vez que a água fique com um aspecto leitoso, despejar gentilmente e voltar a encher.

Nada desses coadores de rede nem coisas que provoquem abrasão com o arroz. O processo deve repetir-se tantas vezes quantas as necessárias para que a água fique translúcida.

Num tacho coloque a água e o arroz e coloque a folha de alga kombu com um ou dois cortes por cima.

Fechem o tacho e liguem o lume brando. Resistam à tentação de abrir a tampa. A partir de agora, só os outros sentidos podem ajudar-vos.

Controlem o tacho para verificar se já levantou fervura colocando a mão na tampa para sentir o borbulhar.

Quando estiver a ferver baixe o lume ao mínimo e deixem ao lume por mais 8 minutos. Passado este tempo, desliguem e não abram o tacho pelos próximos 10 minutos.

Preparem um recipiente largo e não muito fundo para espalhar o arroz, misturar com o molho e esfriá-lo quando sair do tacho.

Aqui os japoneses usam o recipiente em madeira, com utensílios em madeira, mas não vamos ser fundamentalistas. Deitem o arroz todo no recipiente e lembrem-se que devemos parar a cozedura do arroz, daí se abanar o arroz e revolver enquanto se vai misturando a cobertura.

Para preparar os rolinho com o arroz:

  • 3 dl água
  • 1 dl vinagre de arroz
  • Folhas de alga nori
  • Rolo de plástico aderente de cozinha

Numa taça, com tamanho suficiente para por o punho lá dentro, juntem a água e o vinagre de arroz.

Como vamos fazer mesmo sushi para miúdos e o post já vai longo, hoje não me explico muito mais, mas os cuidados com o Sushi para os miúdos são manter a coisa simples e separável, pois todos sabemos como os gaiatos gostam de comer tudo em separado.

Para fazer os rolos, ou Makizushi, convém terem a esteira de canas japonesa e a alga Nori ou se não quiserem por a alga pelo seu sabor mais forte, podem usar pelicula de plastico aderente de cozinha para resolver a situação, que foi o que fiz nestas fotos

Estendam na esteira a alga ou o plástico e depois de molharem a mão na mistura de água e vinagre de arroz, peguem num bom pedaço de arroz do tamanho do vosso punho fechado e coloquem-no na superficie.

Depois, com os nós dos dedos espalhem o arroz de forma homogenea. Em cima dessa superficie coloquem o recheio… E é aqui que ofendi todos os deuses e puristas do sushi: Comprei salshichas de aves e foi com isso que fiz.

O resultado é sempre um sucesso principalmente porque é acompanhado sempre de fruta descascada ou cenoura em palitos e a rapaziada adora todas aquelas cores.

Noutro dia em que me sinta com coragem, segue um post com o Sushi dos graúdos, em que se junta o famoso Wasabi para apicantar a experiência e se rega tudo com cerveja forte ou um quente e aconchegante chá verde. Ficam as fotos.