A esquerda, a direita e o mexilhão

Comecei a seguir os bebedores do Vodka Atónito onde alguém com o pseudónimo de Little Bastard pergunta e com alguma justificação se “Num momento em que o PS anda a pedinchar ajuda do PSD para aprovar o Orçamento, será descabido lembrar que, teoricamente há uma maioria de “Esquerda” no Parlamento?

Teoricamente e na prática aquela esquerda não é toda a mesma.

Chamar esquerda a todos os que não queiram assumir tiques de defesa dos empresário dá destas generalizações. Talvez fosse bom lembrar o manifesto inicial do PPD-PSD que defendia os valores do Socialismo. O Social está lá, embora muitos militantes daquele partido finjam que não.

Chamar esquerda a todos os que tenham os tiques de defender os proletariado contra a ganância do patronato também não deveria ser marca de esquerda, mas de populismo. Dos lados do Bloco e Comunistas ainda se defende que a culpa é dos “rrricosss e poderrossssos”. Desses mesmos lados estão pessoas, mais abertamente no Bloco, que acham que o mundo é como era dantes em que um país se podia endividar sem que isso tivesse impacto ou consequência, e o equilíbrio das contas publicas não passava de um problema de capitalistas corruptos.

No governo está um partido que tal como o PSD nunca foi muito dado a defender extremismos. Por isso, não. Não temos uma maioria de esquerda. Temos a esquerda, a direita e ao centro o mexilhão.

A clivagem que se nota agora entre os mexilhões é própria de quem está a tentar definir uma posição que ajude o eleitorado a definir-se.

Depois das eleições passa-lhes.

2 comentários em “A esquerda, a direita e o mexilhão”

  1. Caríssimo,

    Não concordo com o seu ponto de vistarelativamente a esta matéria.
    Trata-se de pura chantagem política.

    Bloco e PCP são do contra! Mesmo que o PS tentasse dar resposta a vontades dos extremistas, estes diriam que não chega e que o governo continua a querer implementar política de direita. O CDS-PP… no comments.

    Por outro lado, dado o panorama actual, o PS necessita do PSD e se assim é: Têm de se sujeitar.
    Como é óbvio o PS não quer governar com um orçamento do PSD. Recorde-se que os portugueses deram vitória nas urnas o PS e não ao PSD.
    Passos Coelho, baseando-se nas sondagens encomendadas acha que tem grandes hipóteses de ganhar já e joga a seu favor.

  2. Parece-me que esta novela do Orçamento de Estado também é a preparação para a intervenção do Presidente da República. Ficava bem no curriculo para o futuro-candidato-que-ainda-não-é.

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