SS – Segurança Socialista

O Tribunal de Contas, que para todos os efeitos tem apenas poderes consultivos relativamente ao exercício de funções de deputados e elementos do governo desde, caso não me falhe a memória, o ano de 1996, afirmou num longo documento, sobre o qual confesso ter conhecimento através de terceiros, que o Governo para variar fez letra morta dos seus conselhos, debilitando progressivamente o sistema de segurança social.

Pelo que diz o Secretário de Estado, que por acaso até se chama Vieira da Silva, este é apenas um quadro mal pintado. Na realidade está tudo bem e a melhorar.

O quadro é lindo. Transparecia confiança quando na noite de 2 de Agosto, no Jornal 2 da RTP,o Secretário de Estado da Segurança Social se dirigiu aos portugueses afirmando-lhes que: “”A Segurança Social está aqui para mais uns vinte anos.”” isto porque o responsável pelos fundos da SS tinha presumivelmente afirmado, que estes não dariam para pagar as reformas desta geração, a um jornal diário.

As afirmações citadas neste jornal, verdadeiras ou não, valeram um pedido de demissão do seu responsável, que foi recusado, pois que, convenhamos, quem diz a verdade não merece castigo.

Estas afirmações em nada contibuiríam para o nosso desassossego não fora o Tribunal de Contas, o tal que só tem parecer consultivo, ter afirmado que o Governo por não ter acatado as recomendações que este lhe fez em 1998, provocou o aumento de fuga às contribuições.

Mas afinal o Tribunal de Contas não tem nada que desassossegar o povo com afirmações levianas, e muito menos o responsável pelos Fundos de Emergência ou um qualquer pasquim diário, pois que pelo pintor da Segurança Social isto pode provocar algo de mau, que nas suas palavras, e estou a citar “”Quem o afirmar está a cometer uma grave irresponsabilidade.””.

Na realidade o Secretário de Estado não está muito longe da verdade, senão imaginem que os portugueses, todos em conjunto, decidiam boicotar a colecta de impostos e de contribuições à segurança social. Seria realmente uma revolta das massas o dia em que todos os portugueses concordassem que estamos a entregar o nosso dinheiro a irresponsáveis.

Quer seja à Segurança Social, quer seja ao IRS. O autêntico descalabro financeiro do estado.

Naturalmente que continuariam a existir aqueles que por força das circunstâncias teriam de continuar a contribuir, mas mesmo assim o governo seria obrigado a apertar finalmente e efectivamente o cinto e isso seria uma vitória.