Os Abrantes, as falácias e a desumanização do opositor

A blogosfera está a revisitar todas as tácitas das guerras passadas. Fá-lo ao desumanizar opositores atacando o seu carácter. Isto está a tornar-se principalmente visível na oposição ao Partido no Governo. Referem-se aos seus opositores como Abrantes.

A desumanização do opositor foi algo que sempre se usou em todas as guerras. Usam-nos para condicionar psicologicamente quem os ouve, garantindo-lhes a imunidade necessária aos actos que se seguem. Em Portugal esses actos têm servido para pisar direitos constitucionais e com isso tentar apoiar o ataque ao homem como uma forma de atingir a vitória politica.

Mas nem aí foram originais na sua proposta política. Apresentam-se perante nós apoiados em mais um argumento ferido na lógica, uma falácia. Em lugar de argumentarem ideias, apresentam-nos a lista toda de tipos de falácias possíveis.

Do Argumentum ad hominem (Ataque ao argumentador) ao Argumentum ad populum (Apelo ao Povo), passando pelo Post hoc ergo propter hoc (Por ser sequenciais, são causa e efeito)… é escolher daqui a falácia a gosto e ligar aos vários sites. Ideias, nem vê-las porque julgam os outros por eles mesmos e por isso receiam que lhes façam a eles o que aos outros fizeram. E se calhar têm razão para se preocupar.

Os militantes partidários são homens, e por isso é natural que entre eles haja dos que são melhores, dos que são menos bons e dos que passávamos bem sem eles.

Em todos os grupos de discussão existe o perigo de uma minoria altamente vocal (Leia-se “um grupo de gente histérica”) monopolizar 90% do tempo de comunicação e assim tomar de assalto esse fórum. Isto foi o que aconteceu ao nosso espectro politico.

A algazarra criada pelas vozes da histeria é tanta, que os valores melhores não se destingem na estática da falta de valor.

Se diminuírem o número de luminárias algazarrentas, talvez comecemos a ouvir mais as vozes da razão e menos as vozes da confusão.