10 decisões para reduzir o consumo de energia em Portugal

A relva é sempre mais verde do outro ladoA contribuição de todos para a problemática da redução dos custos com a energia está directamente ligada ao consumo energético dos nossos equipamentos eléctricos e à nossa vontade de mudar. A construção destes equipamentos é maior se comprarmos mais, por isso a redução do seu número estar-lhe igualmente ligada.

A implementação de algumas das sugestões que faço não depende exclusivamente do nosso esforço, mas de uma aposta dos nossos dirigentes em alterar realmente a nossa contribuição para as alterações climáticas.

Não proponho que voltemos ao CPL (Caneta Papel e Lápis), mas podemos ter algumas mudanças que serão válidas neste esforço.

Proponho aqui 10 medidas que se tomadas dentro de cada organismo público e privado irão reduzir substancialmente o consumo de energia e muito possivelmente ganhos de produtividade.

Essas medidas vão desde soluções de redução de equipamentos a politicas de racionalização dos recursos disponíveis, mas não esquecendo a pequena contribuição para a melhoria do consumo doméstico.

1. Remover de todos os computadores actividades de computação distribuída

A computação distribuída impede que o computador entre em ciclos de consumo reduzido uma vez que aproveita todos os ciclos disponíveis de processamento. O impacto deste tipo de aplicações nos postos de trabalho é igualmente traduzido na utilização exaustiva dos discos rígidos e por isso reduzindo o seu tempo de vida. Com tempo de vida reduzido, vemo-nos obrigados a comprar novos discos mais cedo.

O SETTI@Home é um exemplo de uma dessas aplicações, pelo que por muito curioso que esteja de saber se existe vida noutros planetas, fica para depois.

2. Reduzir o número de equipamentos disponíveis

A virtualização de máquinas e configurações torna hoje desnecessário termos mais de uma estação de trabalho para obter os proveitos de todas as configurações possíveis.

O aumento do número de equipamentos por sala aumenta também a produção de calor originado no arrefecimento destes equipamentos e por isso a necessidade do uso acrescido do ar condicionado nas salas.

3. Eliminar as impressoras de uso pessoal

Para além do óbvio objectivo de eliminação do papel e consequentes resultados, esta eliminação reduz igualmente o número de aparelhos em stand by e consequentemente o uso energético originado nos mesmos.

Reduzir o número de impressoras por empresa a apenas as impressoras de uso comum será um bom principio.

4. Todos os documentos internos para reuniões e respectivas aprovações devem circular exclusivamente por email

As informações, memos e respectivos anexos são um dos principais documentos circulam em papel na administração pública e privada.

Proponho que as circulem exclusivamente por email, sendo as respectivas aprovações anexadas no próprio email por meio de um Forward onde seria acrescentado o deferimento ou despacho.

Um conceito de instituição papperless não fará sentido sem assinatura digital, pelo que terão de adoptar igualmente essa mudança.

5. Desligar os transformadores de carregamento dos equipamentos moveis quando não estiverem em uso

Os transformadores ficam a consumir energia mesmo que os equipamentos não estejam em carga.
No grupo destes equipamentos encontram-se os nossos telemóveis e portáteis.

6. Oferecer um Wattimetro a cada colaborador da sua empresa (+/- 10 €)

O Wattimetro dá-nos uma perspectiva clara do consumo que fazemos de energia por equipamento e desmistificaria dúvidas que houvessem relativas a questões de transformadores e stand by de equipamentos quer na nossa empresa, quer nas nossas próprias casas.

Em lugar de ofertarem os colaboradores com inutilidades com o logotipo da instituição ou empresa, ofereçam antes algo útil à racionalização energética.

Se não sabemos quanto nos custa, dificilmente teremos consciencia do estrago que estamos a fazer.

7. Desligar o botão de chamada dos elevadores na direcção descendente

Ao desligar na sua empresa o botão de chamar os elevadores no sentido descendente, as portas dos elevadores abriam e fechavam menos vezes reduzindo aí o consumo energético só dessa acção.

Como vantagem adicional, em termos de saúde no local de trabalho passaríamos a circular mais entre pisos no sentido descendente pelas escadas, passando a apenas conseguir chamar o elevador para subir.

Teria de se averiguar se o consumo da viagem do elevador no sentido descendente têm variações consoante a viagem seja feita de uma só vez ou parando em pisos ao longo do caminho.

Igualmente, para as pessoas com necessidades especiais, poderia ser disponibilizada uma chave de chamada que substituia o botão.

8. Substituição dos ecrãs CRT por TFT em todos os postos de trabalho

Actualmente muitas pessoas trabalham ainda nos seus postos de trabalho com ecrãs CRT. Estes têm um consumo de energia superior aos TFT, produzem mais calor e reduzem o tempo de exposição aconselhável por hora dos nossos fornecedores.

Os ganhos imediatos seriam no consumo energético do próprio monitor e do ar condicionado.

9. Substituir os equipamentos fixo por equipamentos móveis com baterias

Os equipamentos moveis com baterias fazem um uso mais razoável da energia eléctrica pois acumulam em bateria a energia que não está a ser utilizada, podendo os carregadores ser desligados quando a carga estiver ao máximo.

O computador portátil deve deixar de ser visto como um luxo e passar a ser visto como o melhor de dois males.

Um exemplo é a atribuição de um computador portátil como posto de trabalho em lugar dos postos fixos.

Uma vantagem adicional poderá ser deixar de existir justificação para imprimirmos os documentos que levamos para as reuniões.

10. Equipar todas as salas de reuniões com projectores fixos

Idealmente se cada sala de reuniões da sua empresa ou instituição estiver equipada com um projector fixo, este em conjunto com os computadores portáteis garantirá a apresentação dos documentos, nomeadamente um disco móvel USB ou um computador portátil, consoante as capacidades do projector de vídeo.

Sem necessidade de levar documentos impressos para as reuniões, não haverá justificação para imprimir múltiplas cópias para distribuição.

6 comentários em “10 decisões para reduzir o consumo de energia em Portugal”

  1. Pela lógica do autor, é preferível manter uma máquina em consumo reduzido sem produzir nada, a aproveitar todos os recursos possíveis para algo de útil. Devo lembrar ao autor, que o projecto SETI@Home surgiu há mais de 10 anos, essencialmente como prova do conceito, demonstrando a viabilidade da computação distribuída utilizando a Internet como meio de comunicação. Hoje existem muitos mais projectos deste tipo, que vão muito além do SETI@Home. Para quem não está interessado na vida inteligente em outros planetas, existem muitas outras opções, e.g., a pesquisa no combate a várias doenças como o Cancro, HIV, Alzheimer, Malária. Ver em http://boinc.berkeley.edu/projects.php.
    A teoria da utilização exaustiva dos discos rígidos é um bom indicador da insipiência do autor nesta matéria. Neste tipo de projectos, os únicos recursos utilizados de forma exaustiva são o CPU e a memória. É para isso que os queremos…

  2. A lógica do autor é mesmo desligar se não está a ser usado. Os sistemas de “crowd sourcing” usam ao máximo todos os recursos disponíveis. Usar todos os recursos disponíveis trouxe-nos até aqui. A memória virtual é no disco…

  3. “insipiente” quer dizer “ignorante”, entre outras coisas. Se os discos rigidos não são usados, onde guardam esses esses projectos a informação tratada em cada computador antes de ser enviada à nave mãe?

  4. “A memória virtual é no disco…” Que douta afirmação. Só é pena ser incorrecta. Se o Tanenbaum já tivesse morrido, podia-se dizer que tinha dado mais uma volta na sepultura. Como ainda é vivo, o mais natural é estar a borrifar-se para o que aqui se diz.

    O J.P.26 também leu mal o que o foi escrito no primeiro comentário, pois nele não se diz que os discos não são utilizados. Mais uma volta na sepultura.

    Quanto à lógica de desligar se não está a ser usado, pelo menos não é isso o que o “autor” diz. É curioso como o “o.a.q.p.d.c.” consegue falar pelo “autor”, afirmando sem qualquer dúvida qual é a sua lógica.

    De resto, o artigo não merece tanto, muito menos mais comentários.

  5. Mas se a “lógica do autor é mesmo desligar se não está a ser usado” que sentido faz desde logo o primeiro ponto “Remover de todos os computadores actividades de computação distribuída”? Se já está desligado…

  6. Eu tenho um PC com um P4 3.0 GHZ com o SETI@home e outros ligado 24 horas por dia durante 6 dias(depois desligo durante 2 horas e voolto a ligar) e ele nunca se estragou e gasto pouquissiomo por dia

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